A importância dos ambientes enriquecidos nos projetos de arquitetura para a primeira infância
- Sentir Arquitetura
- 20 de jan.
- 23 min de leitura
1. Introdução
O presente estudo está inserido na área de neurociências aplicadas a arquitetura e surgiu do interesse pelas diferentes fases do desenvolvimento humano e suas relações com os projetos de arquitetura. Como todos nós sabemos, a vida é feita de ciclos, de experiências. Cada ser humano está em um tempo, uma fase diferente, vivendo situações particulares, às vezes felizes, outrora tristes. Porém, fato é que na medida do possível, todos irão vivenciar cada etapa da vida, ou então, conviver com pessoas em tempo de ciclos diferentes dos nossos. A partir dai surgem muitos questionamentos. Quais serão as necessidades de cada ser humano? Será que estas necessidades mudam ao longo de nossa existência? Como a idade pode influenciar o nosso desenvolvimento einteração com o meio em que vivemos? Pode a arquitetura auxiliar em cada fase do nosso ciclo de vida e tornar a vida das pessoas melhor?
"Nós moldamos os nossos edifícios, e depois eles nos moldam", disse Winston Churchill em 1943 enquanto avaliava a reconstrução da Câmara dos Comuns, que havia sido assolada por uma bomba. Hoje, quase 80 anos depois, sabemos através dos estudos das Neurociências aplicadas a Arquitetura, que os ambientes afetam nosso humor e bem-estar, e que células especializadas na região do hipocampo de nossos cérebros estão sintonizadas com a geometria e a disposição dos espaços que habitamos. Assim, os tipos de ambientes que criamos podem alterar nossas mentes e nossa capacidade de pensamento, emoção e comportamento. Porém, muitas pessoas não valorizam o ambiente construído e não percebem como isso as afeta. Ás vezes, de forma inconsciente, frequentamos locais construídos que podem não ser psicologicamente saudáveis, mas acabamos nos habituando a eles. A arquitetura tem então, a capacidade de promover ou enfraquecer essas relações – Primeiro moldamos nossos edifícios e depois eles nos moldam.
O ambiente tem então uma forte influência em todas as áreas do desenvolvimento humano.
Desenvolvimento Humano é a área de estudos que investiga as mudanças ou alterações que ocorrem ao longo do ciclo vital do ser humano. O Desenvolvimento Humano é um processo gradual, contínuo e dinâmico, que abrange o desenvolvimento do ser humano desde a sua pré-história de vida até a sua morte. Para fins didáticos, o desenvolvimento humano é estudado em áreas, que estão inter relacionadas: desenvolvimento físico, motor, neurológico, social, moral, emocional/afetivo/psicológico, cognitivo e da linguagem. O desenvolvimento físico geralmente engloba o desenvolvimento motor e o neurológico. Algumas áreas estão tão próximas e relacionadas que, muitas vezes, são estudadas em conjunto; por exemplo, desenvolvimento sociocognitivo e desenvolvimento psicossocial. (TONIETTO, 2021: 5)
E qual é o grau de influência do ambiente na primeira fase do ciclo de vida?
De acordo com Raffi Cavoukian em O Começo da Vida (2016) “Se mudarmos o começo da história mudamos a história toda.”
Então, podemos afirmar que quando você dá atenção ao começo da história, ela pode mudar por inteiro, ou seja, a forma como as crianças vivem a Primeira Infância, período que vai desde a gestação até os 6 anos de idade, é essencial para definir o futuro de cada uma delas. Os primeiros anos de vida são fundamentais para o desenvolvimento posterior e determinam a forma como o desenvolvimento ocorrerá nos anos seguintes e daí meu especial interesse nessa fase da vida. Entretanto, sabemos que de certa forma, todo o desenvolvimento está programado por nossa constituição genética, ou seja, existem linhas gerais de desenvolvimento que são inerentes ao ser humano, assim como o são em outras espécies. Mas, por outro lado, sabemos também que as influências ou estímulos ambientais são moduladores do desenvolvimento. No que se refere ao desenvolvimento cerebral, o ambiente e as experiências são fundamentais para que determinadas sinapses ou conexões neurais sejam estabelecidas. Portanto, as grandes variações na forma e no curso do desenvolvimento infantil são decorrentes tanto da constituição genética como dos estímulos ambientais. Crianças privadas de estímulos apresentam prejuízos no desenvolvimento em diferentes áreas. Assim, o ambiente social dos bebês é tão importante quanto a genética em influenciar a forma como eles se transformam em adultos. Bons pais, famílias fortes e ambientes enriquecedores são os principais motores do desenvolvimento inicial das crianças.
Mas como promover e projetar um ambiente para que ele tenha os estimulos corretos e necessários para o perfeito desenvolvimento das crianças? Como projetar ambientes enriquecedores?
Com base nesses questionamentos a pesquisa tem por objetivo elucidar o que são ambientes enriquecedores e como eles podem ajudar no desenvolvimento das crianças na fase da primeira infância.
2. A primeira infância e o desenvolvimento cerebral
De acordo com Lauren Tonietto (2021) a primeira infancia pode ser definida como a fase que vai da pré-história da vida até os 6 anos de idade e engloba o desenvolvimento do bebê e da criança em idade pré escolar.
Ao longo do primeiro ano de vida, ocorrem mudanças marcantes no desenvolvimento, que determinam ou influenciam definitivamente os anos posteriores. No seu primeiro ano, o bebê desenvolve os sentidos da audição, visão, olfato, paladar e tato, que constituem sua “janela” para o mundo. Do ponto de vista do desenvolvimento neurocognitivo, a interpretação das sensações pelo cérebro é chamada de “percepção”. Os estímulos sensoriais reconhecidos pela percepção formam uma série de registros que constituem as primeiras memórias do bebê. Ou seja, aos poucos, o bebê vai reconhecendo seu entorno e reconhecendo a si próprio, diferenciando estímulos sensoriais e percebendo-os como quente ou frio, claro ou escuro, agradável ou desagradável. As funções cognitivas que primeiramente se desenvolvem são a atenção, a percepção e a memória. (TONIETTO, 2021: 8)
Um dos maiores avanços da neurociência é ter descoberto que os bebês são muito mais do que uma carga genética. O desenvolvimento de todos os seres humanos encontra-se na combinação da genética com a qualidade das relações que desenvolvemos e do ambiente em que estamos inseridos.O documentário “O Começo da Vida” mostra a importância dos primeiros anos da vida de uma criança. Dirigido por Estela Renner e produzido pela Maria Farinha Filmes, Estela entrevista especialistas no desenvolvimento infantil e visita famílias das mais diversas culturas, etnias e classes sociais, para descobrir que proporcionar um ambiente com amor e segurança para as crianças nessa fase é o maior investimento que se pode fazer na humanidade. Segundo o UNICEF, durante os primeiros anos de vida, no ambiente certo, o cérebro da criança tem o potencial para conectar 1.000 células cerebrais a cada segundo. Estas ligações servem como blocos de construção do futuro de uma criança, determinando a sua saúde, aprendizagem e bem estar emocional. Este processo, conhecido como Desenvolvimento da Primeira Infância (ECD), pode definir futuros sucessos infantis.
No segundo e terceiro anos de vida, vemos o bebê aprimorar suas habilidades motoras e linguísticas, tornando-se cada vez mais hábil para caminhar, correr, falar e interagir nos diferentes contextos. Dos quatro aos seis anos as crianças também continuam desenvolvendo suas habilidades comunicativas e linguísticas, tornando-se hábeis falantes. A linguagem escrita começa a se desenvolver a partir dos desenhos e se aprimora a partir dos 5 anos, quando a criança desenvolve habilidades de motricidade fina. Porém a característica mais marcante da criança de 4 a 6 anos é a capacidade de brincar. O brincar é um comportamento fundamental, pois possibilita que a criança expresse pensamentos e sentimentos, além de exercitar comportamentos futuros. È neste momento que as coisas, os objetos e o ambiente passam a ser elementos importantes que dão suporte e tornam mais reais as brincadeiras e os jogos. Evidentemente as crianças estabelecem ricas relações imaginativas com os objetos e com o entorno. De acordo com Fontoura (2020) “o ato de brincar não é tudo para a educação infantil porém, é indispensável e sempre esteve presente no dia-a-dia das crianças”.
Esse intenso desenvolvimento nessa fase se dá devido a neuroplasticidade que é a capacidade que nosso cérebro tem de se modificar de acordo com as necessidades do desenvolvimento. Cerca de 90% das nossas conexões cerebrais são estabelecidas até os 6 anos de idade e por essa razão, este é o período que o cérebro mais precisa de estímulos.

Figura 1 – Human Brain Development
Fonte: G. Leisman et al. Psicologia Educativa 2015
Para que a criança tenha um desenvolvimento cerebral pleno é preciso que ela receba os estimulos adequados, além de vínculo e afeto. Se a criança for negligenciada, muitas ligações entre os neurônios deixam de acontecer, o que pode afetar o seu potencial de aprender e se desenvolver.É através de estímulos vindos do ambiente que o cérebro, com o auxilio dos órgãos que compõem os sentidos, recebe informações. Por isso, o projeto de um ambiente infantil deve oferecer diferentes tipos de estímulos através das cores, formas, texturas, sons e aromas.
Assim, experiências positivas na primeira infância contribuem para o desenvolvimento saudável do cérebro, uma vez que ele se desenvolve não só por meio da nutrição e cuidados adequados, mas também pela continuidade da interação da criança com outras pessoas e com o ambiente.

Figura 2 – Desenvolvimento do cérebro de uma criança
Fonte: Modificado de National Institute of Environmental Health Sciences
3. Os ambientes enriquecidos
De acordo com Gleice Elali (2003) o ambiente pode ser definido como a base física a partir e por meio do qual as pessoas recebem informações visuais, táteis, térmicas, auditivas e/ou olfativo/gustativas, sendo assim um agente sempre presente na vida humana. Grande parte do comportamento do indivíduo se dá através da interação dele no espaço e com o espaço, desde as atividades mais simples como comer até as mais complexas como se localizar.
Discutindo o papel do ambiente no desenvolvimento infantil, a literatura na área das relações pessoa-ambiente esclarece que a qualidade de vida (presente e futura) da criança exige a compreensão ecológica de seus comportamentos e a otimização das relações com o ambiente, preocupando-se com a definição de lugares que contribuam para a formação da identidade pessoal, das aptidões e competências individuais. (ELALI, 2003: 310)
Assim, ao projetarmos ambientes infantis devemos ter em mente alguns pontos importantes tais como: valorizar o contexto sócio-cultural em que se encontra o projeto pois existem variações individuais e culturais no uso e interpretação do meio ambiente; considerar o caráter único de cada projeto visto que apesar da experiência humana ser acumulativa, a prática adequada para um local pode não ser adequada para outro; promover criatividade, variação, participação, exploração e testagem, estimulando sempre a fantasia e a iniciativa; priorizar tanto a interação social quanto a privacidade; possibilitar o contato da(s) criança(s) com objetos, lugares e possibilidades de ação sozinha(s), sem a constante intervenção e presença do adulto; permitir o engajamento ativo no ambiente, aproveitando e desenvolvendo o senso de natureza inerente à(s) criança(s).
Portanto, ao darmos maior atenção às características sócio-físicas dos ambientes e às relações entre os ambientes e a criança, garantiremos oportunidades de contato com espaços variados, tanto construídos pelo homem quanto naturais às crianças e essa é uma maneira de proporcionar à infância condições plenas de desenvolvimento, gerando a consciência de si e do entorno que são provenientes dessa riqueza experiencial.
Essa riqueza experiencial ou “enriquecimento” então, geralmente se refere a aumentos na variedade e / ou quantidade de estimulação multissensorial, com o objetivo de provocar um comportamento exploratório.
O enriquecimento ambiental proporciona um aumento da estimulação sensorial, cognitiva e motora se comparados a um ambiente padrão (não enriquecido). A combinação destes estímulos seria a responsável pelos efeitos benéficos observados após a exposição a esses ambientes.
Ambientes enriquecidos têm sido então elogiados por reduzir a reatividade ao estresse e ansiedade, aumentar a função cognitiva e melhorar os mecanismos de aprendizagem e memória.
4. Uma breve história das pesquisas sobre ambientes enriquecidos
Segundo Carolina de Souza Goulart (2014), a idéia de que experiências enriquecidas poderiam alterar o cérebro já existiam desde o século XIX, porém foi só em 1947 que Donald Hebb, ao notar que os animais que ele ocasionalmente levava para casa para seus filhos brincarem tinham melhor desempenho em tarefas comportamentais posteriores, demonstrou que o enriquecimento do ambiente durante o desenvolvimento era capaz de melhorar o desempenho de ratos adultos em uma tarefa cognitiva. O enriquecimento das condições de vida de animais em cativeiro na forma de gaiolas maiores, objetos de estimulação sensorial e oportunidades para interação social e exercício físico, demonstrou reduzir a reatividade emocional, melhorar comportamentos anormais e melhorar o funcionamento cognitivo. Mais tarde, em 1962 Rosenzweig relatou que tais ambientes poderiam alterar estruturas neurais. Hoje, sabemos também que o enriquecimento ambiental aumenta a densidade da árvore dendrítica e dos botões dendríticos, além de estimular o aumento da neurogênese hipocampal. Recentemente, a pesquisa de enriquecimento ambiental foi estendida a humanos, em parte devido ao crescente interesse em seus potenciais benefícios terapêuticos para crianças com distúrbios do neurodesenvolvimento, como autismo e TDAH entre outras.
Pelo exposto podemos concluir que os ambientes enriquecidos são então, os principais motores do desenvolvimento inicial das crianças, o que justifica a hipótese a ser testada aqui: ambientes enriquecidos contribuem para um maior desenvolvimento infantil sendo de fundamental importância nos projetos e que o projeto de um ambiente infantil deve ser um ambiente enriquecido proporcionando os estímulos necessários para o perfeito desenvolvimento da criança nessa fase de vida. Vale aqui lembrar que o presente estudo está baseado em crianças com desenvolvimento típico, ou seja, dentro dos padrões normais de desenvolvimento. Crianças com transtornos do neurodesenvolvimento e/ou desenvolvimento atípico não serão abordadas.
Para tanto trago algumas pesquisas que mostram que os cérebros de todos os animais, incluindo os humanos, se beneficiam de um ambiente enriquecido e que os entornos empobrecidos (quanto a estímulos e atividades) podem diminuir nossa capacidade de aprender. De acordo com Renner & Rosenzweig e Marian Diamond, estudos feitos com ratos de laboratório mostraram que aqueles criados em “ambientes enriquecidos” (roda gigante, escadas, túneis de plástico, outros ratos para brincar) desenvolviam até 25% mais sinapses nas áreas do cérebro relacionadas a percepção sensorial especialmente na área visual. Por outro lado, os ratos criados em gaiolas solitárias, sem outros ratos nem brinquedos, além do déficit no número de sinapses, mostravam baixo desempenho em tarefas de aprendizagem no labirinto.

Figura 3 – Gaiolas empobrecidas e enriquecidas
Fonte: Brain Changes in Response to Experience. California: Scientific American, 1972.

Figura 4 – Representação esquemática do enriquecimento ambiental e ativação nervosa decorrente da utilização de estimulos de diferentes modalidades.
Fonte: Carolina Goulart, 2014
O pesquisador William Greenough corrobora o estudo acima ao estudar o cérebro em desenvolvimento. Ao criar animais em gaiolas empobrecidas (modelo padrão dos laboratórios) ou em gaiolas enriquecidas (maiores, com brinquedos e com a ninhada junta) ele percebeu que os animais criados em ambientes enriquecidos apresentavam o cortex mais denso, aumento no número de células de suporte aos neurônios e até mesmo aumento da complexidade do sistema vascular cerebral.
Assim, as pesquisas de Renner & Rosenzweig e Marian Diamond e de William Greenough vem confirmar a hipótese de que é importante garantir que os ambientes infantis sejam ricos de estímulos para contribuir para um desenvolvimento saudável.
5. Hipótese e método adotado
Os primeiros anos da vida de uma criança são fundamentais para seu desenvolvimento. Se por um lado todo nosso desenvolvimento está “programado” por nossa constituição genética, ou seja, existem linhas gerais de desenvolvimento que são inerentes ao ser humano, por outro lado, as influências ou estímulos ambientais são moduladores do desenvolvimento. O ambiente, o afeto e a rotina exercem influência na sua evolução. Então, para que a criança tenha um desenvolvimento cerebral pleno é preciso que ela receba os estimulos adequados, além de vínculo e afeto. Se a criança for negligenciada, muitas ligações entre os neurônios deixam de acontecer, o que pode afetar o seu potencial de aprender e se desenvolver.
As experiências positivas na primeira infância contribuem para o desenvolvimento saudável do cérebro, uma vez que ele se desenvolve não só por meio da nutrição e cuidados adequados, mas também pela continuidade da interação da criança com outras pessoas e com o ambiente.
Ambientes enriquecedores são então, os principais motores do desenvolvimento inicial das crianças. Assim, o projeto de um ambiente infantil deve ser um ambiente enriquecido, proporcionando estímulos necessários para o seu perfeito desenvolvimento.
Para testar a hipótese de que ambientes enriquecidos contribuem para um maior desenvolvimento infantil sendo de fundamental importância nos projetos e que o projeto de um ambiente infantil deve ser um ambiente enriquecido proporcionando os estímulos necessários para o perfeito desenvolvimento da criança nessa fase de vida, foi feito o presente estudo, uma pesquisa puramente bibliográfica a fim de elucidar questões que diversos teóricos tenham pensado sobre o tema. O período dedicado a pesquisa e coleta de dados foi de 30 dias. Foi realizada uma busca de artigos e literatura na língua portuguesa e inglesa em sites e bancos de dados científicos, bem como na literatura atual. Foram encontrados 26 artigos e 4 livros que abordam esse tema. A primeira análise dos artigos e livros se deu pela leitura do título. A seleção dos livros foi de acordo com a leitura do sumário, se haviam capítulos completos que abordavam o tema. Para a seleção dos artigos foi analisado o resumo e se estes apresentavam texto completo disponível. De todos os dados coletados selecionei uma amostra de revisão de literatura com 19 pensamentos de teóricos sobre o tema. A “referência teórica” adotada por mim para realizar a análise dos dados foi a pesquisa de Renner & Rosenzweig e Marian Diamond, apresentada anteriormente, com ratos de laboratório que mostraram que os cérebros de todos os animais, incluindo os humanos, se beneficiam de um ambiente enriquecido e que os entornos empobrecidos (quanto a estímulos e atividades) podem diminuir nossa capacidade de aprender.
6. Ambientes enriquecidos e sua relação com os projetos de ambientes infantis – referencial teórico
A arquiteta Andrea de Paiva (2020) afirma em seu artigo que para aplicarmos a Neuroarquitetura em ambientes infantis precisamos entender que o desenvolvimento de algumas áreas relacionadas ao processo sensorial só acontece se forem recebidos os estímulos adequados e que determinadas habilidades dependem da experiência para que o cérebro se desenvolva normalmente principalmente no período pós natal.
Nós precisamos de alguns estímulos básicos durante determinadas janelas de sensibilidade para garantir o desenvolvimento adequado do cérebro. Caso a gente não receba esse estímulo a tempo, as áreas do cérebro que precisavam dele para amadurecer não se desenvolvem como deveriam. (PAIVA, 2020)
Para corroborar essa teoria serão apresentados os estudos de Hubel e Wiesel com filhotes de gato comprovando essa afirmação. David Hubel e Torsten Wiesel, vencedores do Prêmio Nobel de Fisiologia e Medicina de 1981, perceberam que ao tampar os olhos dos filhotes recém nascidos ao longo do período pós natal ocorria uma alteração de alguns padrões básicos de funcionamento do córtex visual que acarretava na inabilidade de enxergar mesmo depois que retiravam o tampão. Isso comprova que se não recebermos os estímulos certos a tempo algumas áreas do cérebro não se desenvolvem como deveriam.
Assim, as crianças são afetadas de maneiras diferentes pelo ambiente dependendo da etapa de desenvolvimento cerebral em que elas se encontram e por isso é fundamental garantirmos que os ambientes em que elas vão passar mais tempo sejam ricos de estímulos que contribuam para um desenvolvimento saudável. Crianças de diferentes idades tem necessidades diferentes e perceberão os ambientes de forma diferente umas das outras.
Ainda segundo Paiva (2020), “os edifícios e ambientes que criamos não servem apenas para abrigar de maneira segura e confortável o público infantil: eles também servem para apoiar o desenvolvimento de habilidades e memórias que acompanharão os indivíduos ao longo de toda sua vida.”
Ambientes enriquecidos podem então ajudar a criar memórias mais fortes que permaneçam mais vivas ao longo de nossa vida. Os ambientes devem então ser desafiadores, estimular os sentidos e dar a vontade de serem explorados. Além de estimular o cérebro devem também estimular o corpo.
De acordo com Leisman (2015) o ambiente da criança tem um impacto direto sobre os tempos e a natureza da expressão do gene que afeta diretamente o arquitetura do cérebro da criança. A Neurociência nos mostrou a estreita relação que existe entre o grau de enriquecimento ambiental e processos neurobiológicos tão importantes quanto a bioquímica do cérebro, glicogênese, neurogênese ou arborização dendrítica, entre outras. Daí podemos ver a importância crucial da experiência na primeira fase da vida.
Sabemos também que nosso cérebro é mais plástico do que o de muitos outros organismos, mantendo essa propriedade mesmo no adulto. No entanto, a base da arquitetura do cérebro adulto se estabelece desde cedo e sabe-se que a influência do ambiente durante a infância é muito significativo para os processos sensoriais de percepção.
O enriquecimento ambiental deve, portanto, ser sinônimo de Educação Infantil. Para os milhões de crianças em todo o mundo que começam a vida em circunstâncias adversas, devemos ter em presente o que se sabe sobre períodos de desenvolvimento sensíveis e agir diligentemente para melhorar suas vidas antes que seus circuitos neurais tornem-se estabelecidos e entrincheirados e, portanto, mais difíceis de modificar. Usando uma metáfora em termos econômicos, poderíamos dizer que investindo bem e no início do desenvolvimento das crianças vamos aumentar a quantidade de retorno em fases posteriores da vida. Desta forma, não apenas melhoraríamos a vida das pessoas, mas também a de toda a sociedade. (LEISMAN, 2015)
Vimos que ambientes enriquecidos criam saúde fisiológica e psicológica. A importância disso está na capacidade que temos de estimular nossas principais relações pessoais em lugares onde desejamos ficar e passar tempo com as pessoas.Além das relações interpessoais, há também as relações cognitivas e pré cognitivas que estimulam nossa capacidade de aprender, melhoram nossa memória e nossa compreensão e que criam condições para crescermos e prosperarmos. Isso ocorre onde vivemos, trabalhamos, curamos e nos divertimos. Mas quais elementos fazem parte desses ambientes enriquecidos? Agora trago outro autor: Tye Farrow (2021). Segundo este autor os elementos que compõem os ambientes enriquecidos são muito semelhantes aos da emoção e compreendem: generosidade e legado pois são ambientes que proporcionam mais do que se espera deles, que transmitem um propósito e uma aspiração mais elevados; senso de pertencimento pois são locais onde nos sentimos envolvidos e estimulados; otimismo pois são espaços que irradiam abundância, utilidade e vida; natureza pois são espaços influenciados pela biofilia, formas, iluminação e materiais naturais, luz natural, padrões fractais e complexidade que observamos na natureza; variedade e vitalidade pois são ambientes que estimulam emoções primárias positivas, criando uma sensação positiva de ambiguidade, curiosidade e busca; autenticidade visto que são espaços muito reais e enraizados ao longo do tempo e, por ultimo, espaços que proporcionam silêncio, tranquilidade e intimidade e também solidez.
Podemos concluir então que de acordo com Tye Farrow os elementos de um ambiente enriquecido são escolhas de Design que melhoram o desempenho humano. A forma como construímos relacionamentos interpessoais enriquecedores, pessoa para pessoa, são semelhantes a forma como começamos a construir ambientes enriquecedores, pessoa para o espaço. Então, ambientes não estimulantes podem prejudicar o desenvolvimento cognitivo.
Assim, Bastos (2017) ao escrever sobre neuroplasticidade e sua relação com ambientes terapêuticos afirma que as rápidas mudanças que ocorrem durante os primeiros 24 meses após o nascimento influenciam dramaticamente o indivíduo por toda a vida e que essas mudanças são resultados de um complexo desenvolvimento neurológico, o qual é influenciado por fatores genéticos e ambientais. A aprendizagem motora depende da associação das características herdadas com experiências vividas, sendo o ambiente uma rica fonte de mudanças que influencia o desenvolvimento. Assim, as experiências sensoriais podem maximizar ou reter as experiências motoras. A falta de estímulos prazerosos nos primeiros dias de vida pode levar a criança a ter uma dificuldade de adaptação sensorial, bem como atraso no seu desenvolvimento motor.
Podemos afirmar então que o ambiente influencia no processo plástico do Sistema Nervoso Central, e está sendo visto cada vez mais como um potente facilitador ou inibidor do comportamento. Bastos (2017) afirma também que o ambiente inclui a estrutura física e o relacionamento com outras pessoas. Falando sobre a estrutura física a autora cita a iluminação, clima, som, cor, cheiro e objetos como elementos enriquecedores dos ambientes.
Segundo ela a iluminação natural tráz benefícios para a saúde, porque dá a percepção do tempo, tanto cronológico quanto climático, no qual se vive e por isso a iluminação artificial não deve substituir a natural, mas sim complementar. As cores exercem grande influência no ambiente, modificando, animando ou transformando. Então não é recomendável um ambiente monocromático, porque extensas superfícies de cor pura solicitam de modo exagerado e uniforme a retina, provocando cansaço visual e tendência a descontração. Uma boa distribuição do som produz um ambiente confortável e a interação ativa com o ambiente é necessária para que se retirem informações adequadas daquele local. Os aromas tem efeito positivo sobre o organismo, influenciando nas emoções e no humor, trazendo bem estar e melhora da qualidade de vida e a climatização deve ser otimizada e agradável.

Figura 5 – Quarto infantil monocromático.
Fonte: Pinterest

Figura 6 – Quarto infantil enriquecido.
Fonte: Pinterest
Por outro lado, o excesso de estímulos num ambiente pode ser prejudicial principalmente para o desenvolvimento de bebês. Paiva (2018) nos mostra uma pesquisa feita por Stanley Graven em UTI’S neo natal onde a iluminação forte que os médicos e enfermeiras necessitavam para ver qualquer alteração nos bebês e o excesso de barulho de máquinas como ar condicionado era prejudicial para os bebes. Como vimos, até o início da fase adulta o desenvolvimento do cérebro é marcado por diversas janelas associadas a funções específicas como o equilibrio, a fala, a audição entre outras. O excesso de estímulos contínuos pode prejudicar o desenvolvimento dos sentidos da visão e audição resultando em menor eficiência deles ao longo da vida.
Corroborando com essa pesquisa, Cardoso (2015) afirma que em uma unidade de terapia neonatal (UTIN), “as condições ambientais afetam os estados fisiológico e neurocomportamental do bebê, sendo necessário promover um ambiente adequado, familiarizando-o e diminuindo a quantidade e a intensidade de estímulos excessivos de ruídos e luz.”
Assim, os ruídos dos equipamentos para os cuidados de RN podem afetar os bebês, causando aumento na frequência cardíaca e respiratória e queda na saturação periférica de oxigênio, além de alterações na atividade motora. A permanência do RN em um local ruidoso, por período maior que 48 horas, é considerada fator de risco para déficit auditivo. Além dos danos já citados, se o ruído atingir níveis muito elevados, pode causar perda da audição e aumento da pressão arterial (efeitos fisiológicos), incômodos (efeitos psicológicos), tensão, baixa do desempenho, interferência nas comunicações orais e irritabilidade.
Vimos que as experiências cotidianas podem aumentar ou inibir a plasticidade cognitiva e, portanto, a capacidade de aprender. Daí o interesse dos cientistas cognitivos nos efeitos do enriquecimento ambiental. A “aptidão” cognitiva pode estar direta ou indiretamente relacionada às condições ambientais durante o desenvolvimento e pode ser análoga à aptidão física.
Segundo Ball (2019), o interesse dos cientistas em como mudar ou enriquecer o ambiente de crianças e adultos persistiu por séculos na forma de escolas, igrejas e livros. São tentativas de aumentar a oportunidade de interações sociais e de materiais cognitivamente estimulantes, promovendo a aprendizagem em um contexto de participação orientada.
Assim, acredita-se que o uso de ambientes enriquecidos no início do desenvolvimento seja particularmente eficaz durante períodos críticos ou sensíveis, quando a plasticidade do cérebro é especialmente influenciada pela experiência.
A indústria comercial e algumas entidades políticas propagaram a ideia de que acelerar a progressão de períodos delicados por meio do treinamento precoce é benéfico para as crianças. Embora estudos em animais tenham mostrado que a duração dos períodos sensíveis depende da experiência, não há evidências que mostrem que encurtar esses períodos seja vantajoso. Produtos como DVDs Baby Einstein e CDs de música clássica, que já foram popularizados por alegações de aumentar o desenvolvimento cognitivo em crianças menores de dois anos, foram amplamente desacreditados pela comunidade científica e podem até ser prejudiciais ( BALL, 2019).
Ball (2019) afirma ainda que o enriquecimento ambiental pode compensar a privação de dados sensoriais, sociais, e/ou motores causados por um ambiente subestimulante e/ou por sistemas sensoriais disfuncionais no contexto das crianças com transtornos do neurodesenvolvimento, e que ambientes enriquecidos também podem acelerar trajetórias de desenvolvimento atrasadas, ajudando assim as crianças a alcançar habilidades sociais típicas de sua idade. No caso dos mecanismos compensatórios, acredita que os ambientes enriquecidos forneçam maior quantidade e variedade de entradas que aumentam o funcionamento neurocomportamental, bem como estimulam o crescimento do cérebro de forma mais geral.
E por último não poderia deixar de citar aqui o mais perfeito ambiente enriquecido do mundo: a natureza. Segundo Louv (2018) qualquer espaço natural contém uma reserva infinita de informações, portanto, um potencial para inesgotáveis descobertas novas.
Sabemos que, para um desenvolvimento saudável dos sentidos e também do aprendizado e da criatividade, as crianças precisam do contato com a natureza.Assim, a natureza inspira a criatividade das crianças, demandando a percepção e o amplo uso dos sentidos. As crianças vivem pelos sentidos. As experiências sensoriais ligam o mundo exterior da criança ao mundo interior, escondido, afetivo. Como o ambiente natural é a principal fonte de estímulo sensorial, liberdade para explorar e brincar com o mundo exterior pelos sentidos em seu próprio espaço e tempo são essenciais para o desenvolvimento saudável de uma vida interior.
Especialista em design de ambientes para o brincar e para o aprendizado, Moore (1997) escreveu que ambientes naturais são essenciais para o desenvolvimento infantil saudável porque estimulam todos os sentidos e integram o brincar que é informal, com o aprendizado que é formal. De acordo com Moore, experiências multissensoriais na natureza ajudam a construir “as habilidades cognitivas necessárias para o desenvolvimento intelectual continuo” e estimulam a imaginação ao oferecer para a criança o espaço e os materiais para o que ele chama de “a arquitetura e os artefatos “ das crianças.
Esse tipo de interação automotivada e espontânea é o que chamamos de brincar livre. Cada criança testa a si mesma interagindo com o ambiente, ativando seu potencial e reconstruindo a cultura humana. O conteúdo do ambiente é um fator fundamental nesse processo. Um ambiente rico e aberto vai apresentar continuamente escolhas alternativas para um envolvimento criativo. Um ambiente rígido e insosso acaba limitando o crescimento e o desenvolvimento saudável do indivíduo ou do grupo. (MOORE, 1997)
Nesse sentido o design biofílico é a ferramenta perfeita para criar ambientes enriquecidos com base em elementos da natureza. Um estudo feito em 2000, por NancyWells, sugere que os efeitos dos elementos naturais dentro do ambiente doméstico tem um efeito profundo nas funções cognitivas das crianças. As crianças que experimentaram mais elementos naturais ou características restaurativas dentro de sua casa tiveram uma capacidade maior de atenção direcionada. Porém, apesar da abundância de evidências de pesquisas sugerindo que o ambiente natural faz diferença no funcionamento dos humanos, poucas pesquisas têm voltado para as experiências das crianças e, além disso, poucos trabalhos têm como foco a exposição à natureza no ambiente habitacional.

Figura 7 – Escola enriquecida com elementos naturais.
Fonte: Escola Vila, Fortaleza
7. Análise e comparação do referencial teórico
Assim, a partir da hipótese de que ambientes enriquecidos contribuem para um maior desenvolvimento infantil sendo de fundamental importância nos projetos e que o projeto de um ambiente infantil deve ser um ambiente enriquecido proporcionando os estímulos necessários para o perfeito desenvolvimento da criança nessa fase de vida e trazendo novamente como “referência teórica” adotada por mim para realizar a análise dos dados a pesquisa de Renner & Rosenzweig e Marian Diamond, apresentada anteriormente, com ratos de laboratório que mostraram que os cérebros de todos os animais, incluindo os humanos, se beneficiam de um ambiente enriquecido e que os entornos empobrecidos (quanto a estímulos e atividades) podem diminuir nossa capacidade de aprender, podemos analisar e comparar as citações dos diversos autores pesquisados sobre o assunto na tabela abaixo.
Autor | Citação | Convergência ou divergência |
Andrea de Paiva | Nós precisamos de alguns estímulos básicos durante determinadas janelas de sensibilidade para garantir o desenvolvimento adequado do cérebro. | Convergência |
Hubel e Wiesel | Se não recebermos os estímulos certos a tempo as áreas do cérebro não se desenvolvem como deveriam. | Convergência |
Guerry Leisman | O enriquecimento ambiental deve, portanto, ser sinônimo de Educação Infantil | Convergência |
Tye Farrow | Os elementos de um ambiente enriquecido são escolhas de Design que melhoram o desempenho humano. | Convergência |
Jessica Bastos | As rápidas mudanças que ocorrem durante os primeiros 24 meses após o nascimento influenciam dramaticamente o indivíduo por toda a vida e que essas mudanças são resultados de um complexo desenvolvimento neurológico, o qual é influenciado por fatores genéticos e ambientais | Convergência |
Stanley Graven | O excesso de estímulos num ambiente pode ser prejudicial principalmente para o desenvolvimento de bebês | Convergência |
Cardoso | As condições ambientais afetam os estados fisiológico e neurocomportamental do bebê, sendo necessário promover um ambiente adequado, familiarizando-o e diminuindo a quantidade e a intensidade de estímulos excessivos de ruídos e luz.” | Convergência |
Natalie Ball | O uso de ambientes enriquecidos no início do desenvolvimento é particularmente eficaz durante períodos críticos ou sensíveis, quando a plasticidade do cérebro é especialmente influenciada pela experiência. | Convergência |
Richard Louv | O ambiente natural é a principal fonte de estímulo sensorial, liberdade para explorar e brincar com o mundo exterior pelos sentidos em seu próprio espaço e tempo são essenciais para o desenvolvimento saudável de uma vida interior. | Convergência |
Robin Moore | Um ambiente rico e aberto vai apresentar continuamente escolhas alternativas para um envolvimento criativo. Um ambiente rígido e insosso acaba limitando o crescimento e o desenvolvimento saudável do indivíduo ou do grupo. | Convergência |
Nancy Wells | Os efeitos dos elementos naturais dentro do ambiente doméstico tem um efeito profundo nas funções cognitivas das crianças | Convergência |
Tabela 1 – Convergência de opiniões sobre a hipótese.
Fonte: Dados produzidos pelo autor (2021)
A tabela nos mostra que todos os autores pesquisados convergem para a idéia de que ambientes enriquecidos são de fundamental importância para o desenvolvimento infantil da primeira infância e que os projetos de arquitetura devem ser ambientes enriquecidos comprovando então a hipótese testada.
8. Conclusão
Os primeiros anos de vida de uma criança são fundamentais para seu desenvolvimento e determinam a forma como esse desenvolvimento ocorrerá nos anos seguintes. Quando falamos de desenvolvimento cerebral, o ambiente e as experiências são fundamentais para que determinadas sinapses ou conexões neurais sejam estabelecidas O ambiente tem então uma forte influência em todas as áreas do desenvolvimento infantil. Ambientes enriquecedores são os principais motores do desenvolvimento inicial das crianças e têm sido utilizados por reduzir a reatividade ao estresse e ansiedade, aumentar a função cognitiva e melhorar os mecanismos de aprendizagem e memória.
Diante de todo o exposto na pesquisa acima podemos concluir que a utilização de ambientes enriquecidos nos projetos para ambientes infantis é de fundamental importância, principalmente na primeira infância que é o período que as crianças tem maior atividade cerebral e desenvolvimento cognitivo. O objetivo da pesquisa foi alcançado uma vez que todos os autores pesquisados corroboraram com a hipótese testada e o problema aqui discutido foi elucidado. Algumas limitaçoes foram encontradas, sobretudo na procura de artigos que tratassem especificamente de quais elementos fariam parte dos ambientes enriquecidos no projeto de arquitetura e de exemplos práticos de projetos, ficando aqui a sugestão para que outros pesquisadores explorem esses elementos em trabalhos futuros.
Referências
BALL, Natalie, MERCADO Eduardo, ORDUNA, Itzel. Ambientes enriquecidos como um tratamento potencial para transtornos do desenvolvimento: uma avaliação crítica. Nova Iorque, 2019
BASTOS, Jessica Ohrana Façanha. Relação ambiente terapêutico e neuroplasticidade: uma revisão de literatura. Revista interdisciplinar de ciência e saúde: 2017
CARDOSO SMS, KOZLOWSKI LC, de LACERDA ABM, MARQUES JM, RIBAS A. Newborn physiological responses to noise in the neonatal unit. Braz J Otorhinolaryngol. 2015.
DIAMOND, Marian, KRECH David and ROZENSWEIG Mark. The Effects of an enriched environment on the histology of the rat cerebral cortex. California, 1964
ELALI, Gleice Azambuja. O ambiente da escola – o ambiente na escola: uma discussão sobre a relação escola–natureza em educação infantil. Universidade Federal do Rio Grande do Norte: 2003
FARINHA, Maria. O Começo da Vida. Press Book: 2016
FONTOURA Antonio M, PEREIRA Alice. A criança e o design – aprender brincando. Rio de Janeiro: PUC/RJ, 2020
GOULART Carolina de Souza. Enriquecimento ambiental, ansiedade, cognição e neurogênese hipocampal. São Paulo, 2014
GREENOUGH William, BLACK JE, WALLACE CS. Experience and brain development. Child Dev. 1987 Jun;58(3):539-59. PMID: 3038480.
HUBEL DH, WIESEL TN. Effects of monocular deprivation in kittens. Naunyn Schmiedebergs Arch Exp Pathol Pharmakol. 1964. PMID: 14316385.
LEISMAN, Gerry et al. The Neurological development of the child with the educational enrichment in mind. Elsevier: 2015
LOUV, Richard. A última criança na natureza. São Paulo: Aquariana, 2018
MOORE, Robin C. The need for nature: A childhood right. Social Justice, 1997
PAIVA, Andrea. Ambientes para crianças: o que a Neuroarquitetura pode nos ensinar. NeuroAu, 2020
PAIVA, Andrea. A Neuroarquitetura e os desafios da Arquitetura Hospitalar – Parte I. NeuroAu, 2018
RENNER & ROZENSWEIG, BENNETT Edward, DIAMOND Marian. Brain Changes in Response to Experience. California: Scientific American, 1972.
TONIETTO, Lauren. Neurociência do Desenvolvimento Infantil I. Rio Grande do Sul: Universidade La Salle, 2020.
TYE Farrow. Elements of enriched Environment that Attune Activated Optimal Health. ANFA Conference, 2020
WELLS, Nancy. AT HOME WITH NATURE Effects of “Greenness” on Children’s Cognitive Functioning. Environment and Behavior, 2000
Comentarios